Ética e Meio Ambiente: desafios éticos da crise ecológica global

Uniesmero




ISBN: 978-65-5492-139-8

DOI: 10.5281/zenodo.16922802

Descrição: Em um mundo que parece cada vez mais próximo de sucumbir, assolado por guerras, devastações ambientais e pela fome resultante da distribuição injusta na medida da desproporção em que ela é tantas vezes provocada de forma cruel, o pensamento ético se renova, sem relegar suas heranças, como uma exigência decorrente da necessidade de repensar o mundo da vida em sua riqueza e complexidade. Tal atividade do pensar impõe que a reflexividade tenha como princípio o desvelar da realidade como movimento endereçado à imanência ou, como nos fazem ver os autores deste breve e belo livro, o fato de que a ética como reflexão acerca do sentido das regras morais ancora-se não apenas em discussões teóricas abstratas, mas sobretudo, no mundo da vida ao mesmo tempo frágil e grávida de potência.
Nesse sentido, todo esforço teórico representa uma contribuição da mais alta valia, tanto pelo fato de realizar um movimento espontâneo advindo de um olhar ou perspectiva capaz de ampliar a compreensão da vida, do que podemos e devemos fazer em circunstâncias e momentos críticos, quanto pelo fato de expressar de maneira mais ou menos singela uma palavra de resistência às formas de convívio que nos arrastam para contextos destrutivos. A discussão é tanto mais valiosa em decorrência da atividade política não ser neutra e cada vez mais direcionada para decidir sobre as próprias formas segundo as quais podemos viver e devemos morrer. Além disso, se considerarmos os laços entre o poder político e o poder econômico, somos levados a ponderar sobre certas tendências cada vez mais aparentes: homogeneização da vida, instrumentalização da natureza, dos homens, dos demais seres vivos. Tais processos, inclusive, apontam para novos estágios da vida humana no planeta: Antropoceno, Capitaloceno dentre outras expressões. Em meio a essas propensões precisamos pensar que os sentidos que tais termos carregam não são apenas descritivos de estados e processos destituídos de uma dimensão subjetiva, ou seja, eles designam também elementos estruturantes de ordem normativa pois se fazem acompanhar de expectativas de comportamento, de ajustes de condutas, de processos de assujeitamento e de subjetivação.
Logo, talvez seja desnecessário estender as minhas palavras face a uma obra que procura fazer avançar com propriedade e discernimento a grisalha e rediviva questão subjacente ao escrutínio da Ética: o que devo fazer? Pude apenas compartilhar com o leitor a perspectiva de quem vislumbra an passant o dramático contexto em que nos encontramos e que nos compele a perguntar segundo uma mudança de pronome: o que devemos fazer? 
Passo agora a apresentar brevemente cada um dos capítulos que compõem a presente obra. Não foi meu intento sintetizar cada um deles em sua integralidade. Penso que caso o fizesse, poderia acarretar mais a diminuição da curiosidade do leitor do que incitá-la. Além disso, correria o risco de direcionar demasiadamente a leitura. Assim, optei por tentar captar algumas ideias centrais que permitem reconhecer pontos cardeais que compuseram suas respectivas estruturas. Espero que desse modo, o leitor possa inclusive decidir sobre a ordem de leitura dos textos, embora me pareça plenamente adequada a sequência adotada pelos organizadores.
Uma última palavra: em todos os capítulos a leitura flui com facilidade e ligeireza, tanto pela linguagem acessível, sem maneirismos desnecessários, como também pelos assuntos abordados e respectivas abordagens. A leitura poderá incitar, tanto o iniciante, quanto aqueles que já possuem conhecimentos prévios em alguns dos temas constantes na obra. Creio que este livro funciona como um convite, um amigável aceno ao pensar. Contudo, na medida em que esta obra, situável nos domínios da ética, encontra-se voltada para a interpretação de problemas atuais e candentes, o leitor haverá de constatar e também concordar que o seu propósito não se restringe apenas a levá-lo a pensar, pois o que de fato foi por ela visado e, sem sombra de dúvidas, atingido, consistiu em fazer pensar (e sentir) com e para os outros, humanos e não-humanos.
Desejo a todas e todos uma boa leitura!
- Stéfano Gonçalves Régis Toscano
- Doutor em Direito e Professor do Curso de Direito/UNICAP

Organizadores: Delmar Araujo Cardoso e Ermano Rodrigues do Nascimento

Autores: Eugênia Ribeiro Teles; Mirian Monteiro Kussumi; Nilo Ribeiro Junior; Sérgio De Faria Lopes; Lourenço Flaviano Kambalu; Felipe Travassos Sarinho De Almeida.

Capítulos
Capítulo 1
AÇÕES MORAIS EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE BASEADAS NA EMPATIA: uma possibilidade para a consideração moral da natureza
Eugênia Ribeiro Teles 

Capítulo 2
A ERA DO HOMEM: crise ambiental e modernidade
Mirian Monteiro Kussumi 

Capítulo 3
PENSAR OUTRAMENTE A ECOLOGIA POR UMA REABILITAÇÃO DA ÉTICA GLOBAL EM TEMPOS DE CRISE AMBIENTAL
Nilo Ribeiro Junior 

Capítulo 4
VENTOS DE MUDANÇAS COM A ÉTICA CLIMÁTICA: a necessidade da responsabilidade ambiental em novos tempos
Sérgio de Faria Lopes

Capítulo 5
A CRISE ECOLÓGICA E A SALVAGUARDA DAS CONDIÇÕES DE VIDA:   exigências éticas e premissas para um novo humanismo
Lourenço Flaviano Kambalu 

Capítulo 6
O DIREITO AO PROJETO DE VIDA NAS NOVAS FRONTEIRAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Felipe Travassos Sarinho de Almeida

AUTORES



#buttons=(Accept !) #days=(20)

Our website uses cookies to enhance your experience. Learn More
Accept !